out of my book

Sunday, August 31, 2008

Longa Jornada Noite adentro


O bairro de Eldorado é o mais afastado do centro de Diadema, localizado na região sul, na área de proteção de mananciais. É o maior bairro da cidade e a região conta com sérios problemas sócio-econômico-habitacionais e com os índices mais altos de violência na cidade. Faz divisa com a região sul da cidade de São Paulo, e que tem um dos maiores índices de jovens em conflito a lei.
(retirado de http://bandabeijaflor.blogspot.com/2004_12_01_archive.html)

eu já estive nesse bairro. uma amiga me disse, "Diadema é apenas uma grande favela", e eu me assustei ao visualizar algo parecido com isso.
depois conto como foi a Longa Viajem noite adentro até lá.

rememberances da Longa Jornada...


estava me lembrando do último dia da Longa Jornada, quando fui pra São Paulo (SP). resolvi tirar o dia pra, como eu chamo carinhosamente, "viver a cidade".
andei de Casa Verde até a estação de Santana. segunda feira. um clima muito gostoso, um sol belíssimo. carros indo na direção contrária. um enorme muro branco. o toco. preciso sentir que estou realmente ali.
talvez muitos possam pensar que não há nada de interessante num local público, mas, cada paisagem é uma paisagem, aonde se vivencia algo. (resultado de aulas de Campo Ampliado da escultura...a gente vivencia o local aonde está. essa vivência acaba se tornando a própria obra de arte).
dei dois telefonemas.
fui pra estação da Luz.
resolvi tentar descobrir como ir dali pra Sé.
fui pro caminho errado. ente num bairro chamado Bom retiro 9tem um "Bom Retiro' aqui no Rio, mas em momento algum me senti perto de casa). Olhava pra cima, não via os morros que vejo no Rio, que me auxiliam a me direcionar. só vejo as palacas indicando que a praça da Sé está a 1 quilômetro. nossa, que útil! da próxima vez, me digam pra onde é esse quilômetro, placas...
não sabia aonde estava, e no fim acabei achando um bairro coreano! foi uma experiência interessante. por isso que nunca acho ruim me perder. coisas interesantes surgem a nossa frente - sejam boas ou ruins. melhor que ficar parado com medo.
passei por avenidas largas, bem bonitas. aos poucos fui encontrando cenários conhecidos. por fim, depois de muito andar, cheguei a Sé. imponente como sempre.
sou atingido por lembranças.
sigo meu caminho, fazer o que, né.....?
a jornada continua.

Saturday, August 23, 2008

Longa Jornada Noite adentro - 7/08



teve uma parte do Blog que parei mesmo de atualizar. aconteceram umas coisas que imagino que os leitores não achem interessante. na verdade, são coisas que me envergonho um pouquinho. não, não violentei nenhuma criança ¬¬
mas, preciso continuar a descrever minhas impressões de minha viagem a São Paulo. sempre acontece algo grande.
mas, já se passou mais de um mês desde minha última viagem, e já me esqueci de grande parte das coisas. não fiz a viagem que eu queria, e isso me decepcionou muito.
ainda estou numa jornada, uma jornada interior. ando me sentindo perdido, mas, espero reencontrar meu rumo. qualquer que seja. talvez, estar perdido seja minha mais nova jornada.
(a foto é da praça Agripino Grieco, no início da rua Dias da Cruz. é o centro do centro do Méier, o bairro aonde moro. quando estou entediado, você pode me ver passando por aqui....)

Friday, August 22, 2008

me bateu a curiosidade; qual foi o primeiro post que fiz no blog? ele existe já faz um tempinho...
li:

Tuesday, November 15, 2005

trilha sonora...
Eloy - Plastic girl (álbum: Floating)
Maxophone - Fase (álbum: Maxophone)
Peter Hammill - A Louse is not a Home (álbum: The Silent Corner and the Empty Stage)
por enquanto é isso...

SOBRE OS HENTAIS:
terminei hoje de montar o Nagaya Room, hentai de Inuyasha. infelizmente, o hentai de Slayers deu problema na impressão... vai atrasar mais um pouquinho... desculpe, Adriana...
SOBRE O ROPOMATSU:
finalmente terminei o 29! sai esta semana! e pra mês que vem, começa as eleições para os melhores de 2005! participem!!

SOBRE MIM:
ainda não decidi... o que farei ano que vem.


faz muito tempo que não escuto o Floating. ainda é um ótimo disco pra mim. Maxophone... nossa, os trombones ressoam a simples menção desta palavra... e Peter Hammill já era uma forte presença na minha vida naquela época. ora, são quase três anos...
dos Hentais, parei tempo demais. agora, voltar está sendo difícil e desgastante. vamos tentar mais um pouco, ver o que vai acontecer. acho que ainda devo desculpas a Adriana, realmente meu espírito não consegue saber como agir com ela.
de 2005 pra cá, reparo que não consigo agir com o espírito de muitas pessoas. ando muito tenso. ando muito impulsivo, até repulsivo. o que meu espírito procura, afinal.....? hum, melhor deixar este papo para o devido blog, o Este Lado do Espelho.....
do Ropomatsu, continuei até por volta do número 35 e também parei. por quê...? mais gastos que fogem de meu controle. voltar a fazê-lo? talvez. tem tanta coisa que andei fazendo.

sobre mim........
será que estou fechando um ciclo aqui? muita coisa aconteceu comigo no tal "ano que vem" citado. pensei ter encontrado o amor, pensei ter perdido o amor, pensei ter encontrado um caminho. mais uma vez, um monte de coisa aconteceu. é engraçado eu reler isto aqui. não consigo me livrar deste pequeno mundo. mas, me livrar pra quê? está legal assim...

Saturday, August 16, 2008

sonho médio, americano médio

O americano médio
Religioso, glutão de fast food e viciado em esportes que quase ninguém pratica além de suas fronteiras, o tal americano médio mora no interior do país e a, no máximo, 20 minutos de distância de um supermercado Wal-Mart. Nos fins de semana, assiste a uma longa partida de beisebol, depois da missa.

Para manter o corpinho inchado, devora sanduíches que estão 23% maiores que os de 20 anos atrás. Para ajudar a descer, os refrigerantes aumentaram 52% no mesmo período. Resultado: o americano médio engordou 5 quilos desde os anos 80.

Esse cidadão, que eles chamam de John Doe, ou Zé Mané, tem certeza de que a língua falada no Brasil é o espanhol. Já ouviu falar do Carnaval - e pára por aí. Exatos 52% dos cidadãos do país com renda per capita anual de 44 200 dólares por ano não sabem que a Terra leva 365 dias para dar uma volta em torno do Sol.

O americano médio apóia a guerra, mas não gasta mais do que 7 minutos por semana pensando nisso. O jornal mais lido dos Estados Unidos é o USA Today, notável por seus textos curtos, gráficos e mapas e que tem mais de 2 milhões de leitores todo dia.

John Doe ama sua TV. Quatro em cada cinco já dispararam armas de fogo e 84% têm muito orgulho de ser americanos.
TV
O americano não vive sem ela: ele tem pelo menos três aparelhos em casa. Por dia, sua TV fica ligada durante 7 horas e 13 minutos. Quando fizer 70 anos, já terá desperdiçado de sete a dez anos em frente à TV. Só de comercial, será um ano inteirinho. Cerca de 70% das creches têm salas de TV. Os pais não podem reclamar: gastam 3 minutos por semana falando com os filhos. No mesmo período, as crianças passam 1 680 minutos na frente da TV, em média.


Carro
Todo americano médio tem um carro grande. Grande, não: enorme. As pesquisas mostram que 89% das famílias têm um ou mais na garagem. Depois de casa e comida, o carro é o que mais come seu salário. Durante toda a vida, ele vai gastar entre 240 mil e 350 mil dólares com sua paixão. Nove entre dez viagens são feitas sobre quatro rodas.


Sexo
Os americanos têm um troço com banheiro: 70% deles dizem ter feito (ou "do it", como eles dizem) na pia ou no vaso sanitário. Mas o lugar preferido de nove entre dez casais americanos é mesmo o banco de trás de um automóvel.


Esporte
Futebol é coisa de mulher. Homem que é homem joga futebol americano, hóquei, beisebol e basquete. O atleta que ele admiracorre, pula, se joga, derruba e, acima de tudo, bate. Uma pesquisa da NBA (a liga que organiza o basquete) mostrou que 40 dos 66 atletas premiados no ano passado estão entre os mais agressivos. Os comentaristas de esporte adoram usar linguagem de guerra ao descrever o que acontece nos campos. Para o americano, quanto mais violência em jogo e comida na arquibancada, maior é a diversão.

Drogas
Os americanos são os maiores consumidores de cocaína e heroína e os Estados Unidos são maiores produtores de metanfetamina. Um em cada dois americanos já fumou pelo menos um cigarro de maconha. Inclusive os dois últimos presidentes do país, George W. e Bill Clinton. Para completar o quadro, o primeiro presidente americano, George Washington, ainda na época da independência, 1776, plantava maconha.


Shopping
Em 1987, o número de shopping centers superou o número de high schools (as escolas secundárias) nos EUA: 32 563. Hoje, há cerca de 50 mil shoppings por lá. Para 93% das adolescentes, ficar passeando no shopping é a atividade favorita. O americano médio passa 6 horas por semana vendo lojas. Quando vai para casa, atende cerca de 300 ligações de telemarketing por ano. O americano compra tanto, mas tanto, que vira e mexe faz um garage sale (um feirão particular) para vender tudo o que comprou no mês passado e abrir espaço para novas aquisições. O que ele compra? TVs maiores. E flamingos (!). Uma pesquisa mostrou que 250 mil flamingos são vendidos todos os anos nos Estados Unidos.


Comida
Para o americaninho médio, o palhaço Ronald McDonald's é o personagem infantil mais famoso do mundo, logo depois do Papai Noel. Não é à toa que, quando cresce, cada adulto consome três hambúrgueres e quatro pacotes de batata frita por semana. De sobremesa, um sundae: o americano médio toma 1 tonelada de sorvete durante a vida. Talvez para economizar, um em cada oito americanos trabalha ou já trabalhou numa loja do McDonald's. Em compensação, 60 milhões de americanos são obesos. Quando a barriga não agüenta mais e até a consciência pesa, ele come um lanche diet, cujo mercado já movimenta 34 bilhões de dólares por ano, o que daria para pagar metade dos juros da dívida do Brasil.

Lixo
A cada dois anos, os Estados Unidos poderiam fazer uma fila de caminhões de lixo lotados daqui até a Lua. Os americanos são apenas 5% da população mundial, mas geram 30% de todo o lixo do planeta. O lixo do americano médio equivale ao de três japoneses, seis mexicanos, 14 chineses, 38 indianos, 168 bengalis e 531 etíopes. Durante toda a vida, o americano médio vai jogar fora 600 vezes o seu peso adulto. E do jeito que ele está engordando...


Religião
O americano médio é muito religioso. Existem entre 92 e 98 milhões de evangélicos convertidos hoje nos Estados Unidos. Um deles é George W. Bush, que se converteu depois de aprontar todas na adolescência. Segundo os dados da CIA, a população se divide em protestantes (52%), católicos (24%), mórmons (2%), judeus (1%), mulçumanos (1%), outros (10%) e ateus (10%).


Crime
Para um americano médio, lugar de bandido é na cadeia. Ou no caixão. Mas não necessariamente nessa ordem. Os Estados Unidos têm a maior população carcerária do mundo, com 2 milhões de presos, e são o quarto país que mais condenou prisioneiros à pena de morte. Aliás, o recorde entre os governadores ainda é de Bush: 150 pessoas condenadas à pena de morte passaram desta para melhor durante os seis anos de seu governo no Texas. A polícia americana é, proporcionalmente, a que mais dispara armas de fogo e mata em diligências ou perseguições.Para completar, nos Estados Unidos existe uma arma e meia para cada americano vivo e uma em cada 20 pessoas vai passar algum tempo na cadeia.

Friday, August 08, 2008

o amor

O AMOR

O que os mitos gregos nos revelam é que Eros é predominantemente desejo, desencadeando, portanto, a procura do outro que nos completa.
Assim, poderemos caracterizar o homem como sendo fundamentalmente um “ser desejante” tal é a força que o impulsiona a agir, a procurar o prazer e a alegria que representa alcançar o objeto de seus desejos.
A paixão não é superior a razão, pois os dois princípios estão indissoluvelmente ligados e ambos são importantes para a realização humana. Enquanto o desejo mobiliza o homem, a razão é o princípio organizador que distingue os desejos e busca os meios para sua realização. Na relação intersubjetiva, o desejo não nos impulsiona apenas para alcançar o outro enquanto objeto. Mais do que isso. O desejo exige a relação em que se busca, sobretudo o reconhecimento do outro. O amante não deseja se apropriar de uma coisa: deseja capturar a consciência do outro. A relação amorosa se funda na reciprocidade, ou seja, desejamos o outro enquanto ser consciente e também desejante.
Isso significa que no amor, quando um corpo se estende em direção a outro corpo, exige que este corpo, que ele deseja, também se estenda; porque amar é desejar o desejo do outro.
Além disso, o amor é o convite para sair de si mesmo. Se a pessoa estiver muito centrada nela mesma, não será capaz de ouvir o apelo do outro. É isso que acontece com a criança, que procura com naturalidade quem melhor preencha suas necessidades. Mas quando esse procedimento continua na vida adulta, torna-se impedimento do encontro verdadeiro.
O egocentrismo persiste na adolescência, enquanto momento de passagem da vida infantil para a vida adulta. Por isso o adolescente muitas vezes não ama propriamente o outro, ser de carne e osso, mas ama o amor. Trata-se do amor idealizado, romântico, em parte fruto do medo de se lançar nas contradições do exercício efetivo do amor.
O exercício do amor é a conquista da maturidade.
Quando dizemos que os amantes buscam o encontro, isso não significa que a meta alcançada represente algo estático. Muito ao contrário, começa aí o caminho que será o tempo todo objeto de construção e reconstrução.
Isso porque, se as pessoas são supostamente maduras, têm sua própria personalidade e individualidade. Ora, o encontro supõe o estabelecimento de vínculos, o que pode parecer paradoxal; como é possível um vínculo em que as pessoas não sejam aprisionadas e não se dissolvam na união?
O fascínio é gerador de poder; o poder de atração um pelo outro. Contudo, este “cativeiro” não pode ser visto como privação de liberdade. A presença do outro é solicitada na sua espontaneidade, pois são os dois que escolheram livremente estar juntos. O amor imaturo, ao contrário, é possessivo e dominador.
Não é fácil, porém, determinar quando o poder exercido pelo amor ultrapassa os limites. O ciúme exacerbado é o desejo do domínio integral do outro. Não queremos dizer que o ciúme não existe também nas relações maduras. Etimologicamente, ciúme significa “zelo”. O amor implica cuidado e temor de perder o amado.
Há outro paradoxo no amor: ele deve ser uma união, com a condição de cada um preservar a própria integridade. O respeito é a capacidade de ver a pessoa como tal, reconhecendo sua individualidade singular.




AMOR E PERDA

O risco do amor é a separação. Mergulhar na relação amorosa supõe a possibilidade de perda. Segundo o psicanalista Igor Caruso, a separação é a vivência da morte numa situação vital; é a vivência da morte do outro em minha consciência e a vivência de minha morte na consciência do outro.
Quando a perda é grave, a pessoa precisa de u tempo para se reestruturar, pois, mesmo quando matem sua individualidade, o tecido de seu ser passa inevitavelmente pelo ser do outro. Há um período de “luto”, e então, é superada a separação e começa a busca pelo novo equilíbrio.
No entanto, nas sociedades massificadas, onde o eu não é suficientemente forte, as pessoas preferem não viver a experiência amorosa para não ter de viver com essa morte. Talvez por isso as relações tendam a se tornar superficiais.

(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução a Filosofia, ed. Moderna, 1993.)