out of my book

Sunday, February 25, 2007

resenhas de shows

FALTA UM - PROJETO DRENNA - BARBARA 13 - LA KOCHE - CHICKEN PUSSY - (04 / 02 - 15 Hs. Bar do Marcos - R.Maria Rodrigues 100, Olaria - RJ)
depois de muito tempo, finalmente vou num show. este foi legal.
foi na rua, em frente a um bar. armaram um palco e tocaram. sorte que não choveu, não teria proteção nenhuma.
quem começou foi o Falta Um. (sim, sempre me lembro do jogo "Resta um" quando falo nesta banda..) como estava havendo a tradicional guera "mesa de som contra microfones", a banda que estava programada pra tocar 'as 16 horas (hora que chegeui ao espaço) só começou 'as 17:30. e foi prejudicada, pelo tempo reduzido. o som deles é bom, tocaram além de músicas próprias, Foo Fighters (Learning to Fly) e Alice in Chains... mas, no ensaio eles pareciam mais 'a vontade do que na hora do show mesmo.
Projeto Drenna é uma banda estranha; Princesa Leia no vocal e guitarra (como me apontou sabiamente um cara), um negão que fazia as caretas mais horríveis no baixo (mas, um autêntico mestre no instrumento) um metaleiro na bateria, e um Mod na outra guitarra. mas, assim que eles começam a tocar.. iniciaram com uma versão de "Somebody to Love" do Jefferson Airplane que me deixou de queixo caído. o profissionalismo deles me deixou chocado. levaram outros clássicos do Hard Rock, músicas próprias bem no estilo, e terminaram com uma versão de "Wholle Lotta Love" do Led Zeppelin que se assemelhava a versão de estúdio.. pelo talento que eles demonstravam, poderiam levar facilmente a versão do The Song Remains the Same.. banda incrível, ao verem o nome dela num cartaz, não percam.
Barbara 13 veio a seguir, com um humor estilo Ultraje a Rigor que não me chamou muita atenção. boa banda, mas não foi tão empolgante.
depois, fo ia vez do La Koche. me foi apresentado como "Drunk Punk". e fizeram jus ao nome! iniciaram com uma versão propositalmente errada de "Blitzkrieg Bop", do Ramones, que era impossível não rir. e depois, desfilaram músicas que foi pra mim um retorno aos clássicos shows que eu via do Ramirez e das Grogues Cegas e Violentas. era beber e pogar. muito divertido, outra banda que não pode passar despercebida. muita boa sorte para eles, eles ainda vão empolgar muito.
por fim, o motivo de eu estar ali: a banda Indie Chicken Pussy. os caras resolveram me nomear seu fã número 1 por estar ali para vê-los,e seu som era, sim, muito cativante. revelam claras influências de Strokes, e era impossível ficar parado. apesar do nome de gosto muito duvidoso, eles também farão muita história por onde andarem, com certeza vou querer vê-los masi vezes. quem quiser ouvir um pouco, ouça aqui : http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=38488

OFF LAPA
GEREMÁRIO e outras bandas - centro cultural Lima Barreto - centro - RJ 17/02
o local aonde aconteceu este show foi numa autêntico "squat" Punk, com vários poemas e textos libertários colados nas paredes. o local era bem grande, mas os equipamentos sonoros, precários. enfim.. meu motivo de estar ali era ver meu "parceiro de Noise projects", Edio e seu ousado Geremário. e devo dizxer, está ficando cada vez mais ousado. primeiro, usava bases gravadas e fazia um "karaokê" tosco.. depois, experimentou teclados. agora, toca apenas bateria e vocal. isso, sem guitarra, sem baixo, nada. só bateria e vocal. e quanta ousadia sai daquilo!!! com certeaz foi o melhor show da noite. e no fim, ela não resistiu ao meu pedido e tocou a sua música clássica do Pregos Cruz - música herege anode ele fala que "Jesus é o pai do body piercing.. tem piercing na mão, tem piercing no pé.." afronta musical e lírica.

SOBRE MIM

está uma droga atualizar este blog.. depois que vinculou-se ao google mail, não consigo mais atualizar de casa.. porisso , vai ficar meio esquisito minhas aparições aqui. voui tentando.. vou contando.
fiquei um tempo enrolando mesmo.. muita coisa acontecendo muito rápido. não tenho tempo pra sentar e escrever. tenho muita coisa pra fazer. mas, vou tentar. o mesmo deve acontecer com meu fotolog.


Saturday, February 10, 2007

eu estava outro dia conversando com amiogs, e quando falávamos de confrontos em lançamentos e influências musicais, me lembrei do trabalho ousado de WALTER FRANCO.

escutei estes dias seu impressionante disco "..Ou Não", e a primeira audição me soou extremamente perturbador. parei a aduiçãon o meio. e vejam, só, na conversa, fui apresetnado a casos de outras pessoas que passaram pela mesma situação, chegando inclusive a vomitar ao ouvir o disco. mas, afinal, quem foi Walter Franco???

Walter Franco nasceu em 6 de janeiro de 1945, em São Paulo. Formou-se pela Escola de Arte Dramática e lá começou a carreira de músico, compondo trilhas para espetáculos teatrais como "O Contador de Fazendas", dirigido por Dulcina de Moraes e "Os Olhos Vazados", dirigido por Emílio de Biasi.

Depois vieram os festivais: a primeira música de Walter Franco a participar de um festival foi "Não se Queima um Sonho", defendida por Geraldo Vandré. Depois veio "Sol de Vidro","Pátio dos Loucos" , interpretada pela cantora Célia, e "Animal Sentimental", todas elas muito bem classificadas. Na época Walter Franco também mantinha um programa de rádio, na extinta Rádio Marconi. "Marcando Bossa" era um programa de música popular e moderna brasileira. Passaram por lá artistas como Paulinho Nogueira e Milton Nascimento.

Mas o momento que marcou a primeira fase da carreira de Walter Franco foi a apresentação da música "Cabeça", de sua autoria, no Festival Internacional da Canção de 1972, de Rede Globo. Uma música totalmente fora dos padrões da época, baseada em vozes superpostas e repetições de fragmentos da letra, quase incompreensível.

"O Que é que tem nessa cabeça, irmão
O Que é que tem nessa cabeça ou não
O Que é que tem nessa cabeça saiba irmão
O Que é que tem nessa cabeça saiba ou não
O Que é que tem nessa cabeça saiba que ela pode irmão
O Que é que tem nessa cabeça saiba que ela pode ou não
O Que é que tem nessa cabeça saiba que ela pode explodir irmão
O Que é que tem nessa cabeça saiba que ela pode explodir ou não."

A repercussão e a polêmica foram enormes. E a música foi vaiada durante todas as apresentações. O júri do festival, porém, gostou da avançada proposta estética de Walter Franco. Era formado por pessoas como Nara Leão, Roberto Freire, Rogério Duprat e Décio Pignatari. Às vésperas da final, a Globo, supostamente em decorrência de pressões da ditadura militar, demitiu sumariamente o júri, que, segundo Rogério Duprat, estava disposto a premiar a música de Walter com o primeiro lugar. No último dia de apresentações Roberto Freire subiu ao palco junto com os Pholhas e denunciou toda a armação em frente às câmeras da Globo, ao vivo. Foi contido pelos seguranças, mas conseguiu denunciar a farsa.

Depois de toda a polêmica, Walter Franco foi contratado pela Continental para fazer o seu primeiro disco. Com a liberdade de escolher o produtor, que foi Rogério Duprat, e usar o melhor estúdio do país na época, sem limitações de tempo. O resultado foi o chamado "Disco Branco" ou "Disco da Mosca" ou ainda "Ou Não", únicas palavras que aparecem na contracapa do disco. A capa é toda branca, apenas com a imagem de uma mosca no centro.

O crítico Tárik de Souza considerava este "o mais ousado projeto sonoro autoral de nossa música popular, inclusive em nível de vanguarda internacional". Neste disco, lançado em 1973. aparecia uma nova versão de "Cabeça" e canções como "Mixturação", "Água e Sal" e "Me Deixe Mudo", que o poeta Augusto de Campos considera "A canção com maior registro de silêncio já feita no Brasil. E com recursos de tratamento da palavra que a aproximam da poesia concreta".

Em 1974, inaugurou outro procedimento que seria uma marca de seu trabalho. No show "A Sagrada Desordem do Espírito" apresentava-se só no palco, na posição da Flor de Lótus, com seu violão. Peninha Schmidt comandava a mesa de mixagem, usada como um instrumento musical, a serviço da espacialidade do som. Ecos, som quadrifônico e reverberações trabalhando "a distância que existe do sussurro ao grito".

Em 1975, Walter Franco participa do Festival Abertura, com a música "Muito Tudo". Uma homenagem à João Gilberto e John Lennon, com arranjo de Júlio Medaglia. Mais uma vez as vaias e o reconhecimento da crítica e do júri, que a premiou com o terceiro lugar.

"Existe John
Existe João
Existe
Apesar de tudo
é muito leve
Apesar de muito
é tudo leve"

Quando Walter, o flautista Tony Osanah e Júlio Medaglia voltaram ao palco para apresentar a música premiada, a vaia foi tão grande que era impossível tocar. Os três sentaram-se então no palco e dedicaram-se a um absurdo jogo de dados imaginários, enquanto a platéia uivava. No final, Júlio Medaglia rasgou a partitura e jogou na platéia.

Logo depois se iniciaram as gravações do disco que é considerado por muitos a obra prima de Walter Franco, "Revolver", lançado em 1976 (Não é Revólver, pois no princípio era o verbo, comenta Walter). Um disco com um acento instrumental mais próximo ao rock, com guitarras e efeitos de estúdio muito elaborados. Na capa, Walter Franco em diagonal, todo de branco, como Lennon em "Abbey Road". Na contracapa, em braile, a palavra "Sim".

Neste disco há canções fortes como "Feito Gente" e delicadas como "Cachorro Babucho" , além de uma pequena citação ao episódio "Muito Tudo". Uma faixa de dez segundos onde Walter de acompanha ao violão: "Apesar de tudo, é muito leve...". Segundo Lívio Tragtenberg, "um disco extremamente moderno até hoje, cada canção tem uma moldura sonora própria, Walter não se prende a nenhum estilo de arranjo, está sempre buscando uma sonoridade diferente".

Em 1978 lança "Respire Fundo", pela CBS, um disco gravado em oito meses, com mais de duzentos músicos. Neste disco estão algumas de suas canções de maior sucesso até hoje, a própria "Respire Fundo" e "Coração Tranquilo", que já é quase um ditado popular: "Tudo é uma questão de manter / a mente quieta / a espinha ereta / e o coração tranquilo". E é neste disco que aparece mais claramente a influência da música e do pensamento oriental na obra de Walter Franco, como por exemplo na canção "Govinda".

No Festival da Tupy de 1979, nova explosão: Walter Franco apresenta "Canalha", cantando com a voz dilacerada e chegando ao grito primal, provocando catarse coletiva. Novamente Walter causava polêmica, com seu grito de "Canalha" dividindo opiniões entre o público. "Mas eu não estava chamando ninguém de Canalha. Estava falando de uma dor canalha, a dor da existência, de todo ser humano. Mas é claro que podem ser feitas outras leituras". A canção , outro de seus maiores sucessos , aparece no próximo disco, lançado logo a seguir, "Vela Aberta".

"Vela Aberta" é também o nome de uma das canções do disco, muito executada pelas rádios na época. A letra é de Cid Franco, pai de Walter: "Lá vai uma vela aberta / Se afastando pelo mar / Branca visão que desperta / Anseios de navegar / Seus olhos seguem a vela / Pela vastidão do mar / Ainda se torna mais bela / Toda a luz do seu olhar (...) Sou irmão de outros povos / Que estão para além do mar...".

Em 1981 Walter participou de outro festival, o MPB-Shell, com a canção "Serra do Luar", arranjada por Rogério Duprat. Essa versão foi registrada apenas no disco do festival e a música fez grande sucesso posteriormente em uma gravação de Leila Pinheiro. São desta canção alguns dos versos mais conhecidos de Walter: "Viver é afinar o instrumento / De dentro pra fora / De fora pra dentro".

Walter ainda gravou outro disco, em 1982, pela gravadora Lança, chamado apenas "Walter Franco". É um disco que teve pouca distribuição, e cujo resultado artístico não agrada muito ao próprio autor, que não teve liberdade para trabalhar da forma como desejava nos arranjos e na mixagem das faixas.

Desde então Walter Franco tem composto muito e feito shows por todo o país, mas ainda não registrou essas novas canções em disco. Apenas em shows ele mostra algumas delas, como "Totem", parceria com Costa Netto, "Nasça", com Arnaldo Antunes e "Tutano", que é uma retomada do princípio de sua carreira, lembrando a mitológica "Cabeça": "Quem não tem tutano / Tutano tem / Quem não tem tutano / Tutano não tem".

No momento Walter Franco continua fazendo shows, ora acompanhado apenas por seu violão (e a banda abstrata, como costuma dizer), ora com a sua banda, com baixo, guitarra, bateria, teclados e vez por outra até uma cítara. Classificou sua música, "Zen", no Festival da Música Brasileira, da Rede Globo. Prepara também um novo disco, que sai ainda neste ano de 2000, pela gravadora ybrazil?music. A produção do do disco é de Alex Antunes e Constan Papiniano.

DISCOS DE WALTER FRANCO

Ou Não - 1973

1- Mixturação
2- Água e Sal
3- No Fundo do Poço
4- Pátio dos Loucos
5- Flexa
6- Me Deixe Mudo
7- Xaxados e Perdidos
8- Doido de Fazê Dó
9- Vão da Boca
10- Cabeça



quem quiser baixar este disco, use este link : http://d.turboupload.com/de/1255634/frs8kkq8bm.html

texto tirado originalmente deste sítio:

http://walterfranco.sites.uol.com.br/discos.html