CAPÍTULO 6
Ilhado mais uma vez no Terminal Tietê... ela não iria me pegar na rodoviária... e a memória me trai. Onde mesmo eu pegava o ônibus para Guarulhos (SP)? Certo. Quem tem boca vai à Roma, já diziam os velhos provérbios. Andei um quarteirão, com peso extra, e encontrei o ponto. Só que os noticiários do dia anterior eram verdade - devido a novos ataques do PCC incendiando önibus, eles pararam de circular, ou circulavam de forma reduzida. Enfim, ali me encontrava com um problema inédito, em todas as vezes que fui à São Paulo (SP): o metrô não me servia, e não havia ônibus para eu sair da rodoviária. E, irônico, o real motivo de eu estar ali estava a, também, um quarteirão de distância - o evento de desenhos japoneses e afins Anime Friends, na Uni Santana.
A discussão da noite anterior já havia retirado todo meu prazer de estar ali. Como eu poderia passar uma semana com uma pessoa que havia me tratado como capacho? Como eu sairia dali? O que eu faria? Pensei em voltar pra casa. Não. Isso não. Esperei meses por esta viagem, não iria desistir por um mero probleminha passional. Engolia meu orgulho? Seria a opção mais fácil. Mas, quem deprecia uma vez, deprecia três ou cinco. E aquela não havia sido a primeira vez. Não. Vejamos... telefones, telefones... conseguimos outro local para ficar. Por que tudo na minha vida tem que ser na marra? Por que não posso simplesmente ser passivo, e me submeter a tudo? Aceitar os comentários maldosos e deixar que me humilhem? Viver seria tão fácil... desculpem. Não sou assim. Já fui uma pessoa muito passiva, e não consegui nada além de ser usado mais e mais. Talvez me achem mesquinho por pensar assim.. mas este sou eu. Tentei. Se não conseguisse sair da situação, a suportava; mas, consegui. Tinha outro lugar para ficar. Fiquei sentado das 4 da manhã até as 10 horas refletindo se estava fazendo a coisa certa. Toda ação leva a uma conseqüência, e eu quis suportá-la. Deixei a mala extra no guarda-volumes da rodoviária e segui meu caminho. Tinha uma vida me esperando - a minha. E não iria deixar de vivê-la. Afinal, os ônibus às 10 horas haviam voltado. Não havia mais por que ficar ali na rodoviária esperando alguém vir me salvar. O náufrago só tem duas opções: viver para sempre na ilha deserta, ou tentar sair dali, arriscando sua vida.
CAPÍTULO 7
É incrível que uma cidade como São Paulo (SP) tenha um sistema de transporte de ônibus tão deficiente. Fiquei num bairro chamado Casa Verde. Da janela da casa, se tinha uma vista do Sambódromo paulista, e do centro. Tudo perto. Mas, transporte para lá.. horrível. Inviável. Confuso. Rotas que dão dezenas de voltas. O sistema do Rio de Janeiro (RJ) é bem planejado, voltado para o centro. os problemas do Rio são o excesso de linhas de ônibus na Zona Sul, o que leva a enormes engarrafamentos destes veículos; e o descaso das linhas nos subúrbios mais longos, com falta destes. Já São Paulo, os ônibus são velhos, feios, desconfortáveis, e de rotas nada práticas. Se o local não é próximo do metrô, está ferrado. Outra coisa que achei incompreensível: não há linhas que rodam na madrugada. No Rio, existem linhas "básicas", fundamentais que rodam a noite toda; já em São Paulo, vi que isso não ocorre. O metrô carioca também é muito mais bonito, mas não é tão prático, veloz e funcional do que o paulista. Ah! isto pode não ser agradável para paulistas... mas, os ônibus do Rio sempre são conduzidos de forma mais.. veloz. Isso soa perigoso para alguns, mas para um carioca, a lentidão dos veículos paulistas, mesmo em ruas de pouco trânsito, irrita severamente gente como eu.. hehe. Força do hábito. Até vai um conselho: quando viajar num ônibus urbano do Rio, segure-se bem na barra de ferro - os motoristas cariocas CORREM.
CAPÍTULO 8
É DELICIOSO andar por uma cidade que não se conhece sozinho. Quando não se perde, claro... até o lixo parece interessante. As ruas de São Paulo (SP) me chamam a atenção pelo excesso de ladeiras. Não parece existir uma rua plana! Sempre há uma ladeira... cada vez mais angular. Anda-se dois quarteirões e se tem uma paisagem da cidade. Me sentia um cabrito. Bem.. ponto de önibus... pegar önibus.. perguntar ao passageiro do lado como descer no metrö... pegar o metrö em Santana, descer no Tietê... e seguir a multidão, que caminhava para o Anime friends. E.. que multidão!! Nossa!! Quanta gente!!!!
Droga.. não tinha ingresso.. não consegui ingresso antecipado. Como eu faria? Será que as lendas eram verdadeiras? Me dizem de casos de pessoas que ficam 5 horas na fila desse evento, ou perdem o dia inteiro, desistem e não conseguem entrar... não queria isso pra mim. Bom, organizo os pensamentos. Vou comprar uma cartolina para servir de placa e xerocar meu zine. Se não puder entrar, pelo menos conhecido eu serei. Nisso, na loja de xerox.. um rapaz havia desistido! Estava vendendo ingresso antecipado!! Que sorte!
Agora, sigo para o final da fila. Com um cartaz indicando que procuro meus amigos do RPG. Nossa.. que fila enorme...
Ilhado mais uma vez no Terminal Tietê... ela não iria me pegar na rodoviária... e a memória me trai. Onde mesmo eu pegava o ônibus para Guarulhos (SP)? Certo. Quem tem boca vai à Roma, já diziam os velhos provérbios. Andei um quarteirão, com peso extra, e encontrei o ponto. Só que os noticiários do dia anterior eram verdade - devido a novos ataques do PCC incendiando önibus, eles pararam de circular, ou circulavam de forma reduzida. Enfim, ali me encontrava com um problema inédito, em todas as vezes que fui à São Paulo (SP): o metrô não me servia, e não havia ônibus para eu sair da rodoviária. E, irônico, o real motivo de eu estar ali estava a, também, um quarteirão de distância - o evento de desenhos japoneses e afins Anime Friends, na Uni Santana.
A discussão da noite anterior já havia retirado todo meu prazer de estar ali. Como eu poderia passar uma semana com uma pessoa que havia me tratado como capacho? Como eu sairia dali? O que eu faria? Pensei em voltar pra casa. Não. Isso não. Esperei meses por esta viagem, não iria desistir por um mero probleminha passional. Engolia meu orgulho? Seria a opção mais fácil. Mas, quem deprecia uma vez, deprecia três ou cinco. E aquela não havia sido a primeira vez. Não. Vejamos... telefones, telefones... conseguimos outro local para ficar. Por que tudo na minha vida tem que ser na marra? Por que não posso simplesmente ser passivo, e me submeter a tudo? Aceitar os comentários maldosos e deixar que me humilhem? Viver seria tão fácil... desculpem. Não sou assim. Já fui uma pessoa muito passiva, e não consegui nada além de ser usado mais e mais. Talvez me achem mesquinho por pensar assim.. mas este sou eu. Tentei. Se não conseguisse sair da situação, a suportava; mas, consegui. Tinha outro lugar para ficar. Fiquei sentado das 4 da manhã até as 10 horas refletindo se estava fazendo a coisa certa. Toda ação leva a uma conseqüência, e eu quis suportá-la. Deixei a mala extra no guarda-volumes da rodoviária e segui meu caminho. Tinha uma vida me esperando - a minha. E não iria deixar de vivê-la. Afinal, os ônibus às 10 horas haviam voltado. Não havia mais por que ficar ali na rodoviária esperando alguém vir me salvar. O náufrago só tem duas opções: viver para sempre na ilha deserta, ou tentar sair dali, arriscando sua vida.
CAPÍTULO 7
É incrível que uma cidade como São Paulo (SP) tenha um sistema de transporte de ônibus tão deficiente. Fiquei num bairro chamado Casa Verde. Da janela da casa, se tinha uma vista do Sambódromo paulista, e do centro. Tudo perto. Mas, transporte para lá.. horrível. Inviável. Confuso. Rotas que dão dezenas de voltas. O sistema do Rio de Janeiro (RJ) é bem planejado, voltado para o centro. os problemas do Rio são o excesso de linhas de ônibus na Zona Sul, o que leva a enormes engarrafamentos destes veículos; e o descaso das linhas nos subúrbios mais longos, com falta destes. Já São Paulo, os ônibus são velhos, feios, desconfortáveis, e de rotas nada práticas. Se o local não é próximo do metrô, está ferrado. Outra coisa que achei incompreensível: não há linhas que rodam na madrugada. No Rio, existem linhas "básicas", fundamentais que rodam a noite toda; já em São Paulo, vi que isso não ocorre. O metrô carioca também é muito mais bonito, mas não é tão prático, veloz e funcional do que o paulista. Ah! isto pode não ser agradável para paulistas... mas, os ônibus do Rio sempre são conduzidos de forma mais.. veloz. Isso soa perigoso para alguns, mas para um carioca, a lentidão dos veículos paulistas, mesmo em ruas de pouco trânsito, irrita severamente gente como eu.. hehe. Força do hábito. Até vai um conselho: quando viajar num ônibus urbano do Rio, segure-se bem na barra de ferro - os motoristas cariocas CORREM.
CAPÍTULO 8
É DELICIOSO andar por uma cidade que não se conhece sozinho. Quando não se perde, claro... até o lixo parece interessante. As ruas de São Paulo (SP) me chamam a atenção pelo excesso de ladeiras. Não parece existir uma rua plana! Sempre há uma ladeira... cada vez mais angular. Anda-se dois quarteirões e se tem uma paisagem da cidade. Me sentia um cabrito. Bem.. ponto de önibus... pegar önibus.. perguntar ao passageiro do lado como descer no metrö... pegar o metrö em Santana, descer no Tietê... e seguir a multidão, que caminhava para o Anime friends. E.. que multidão!! Nossa!! Quanta gente!!!!
Droga.. não tinha ingresso.. não consegui ingresso antecipado. Como eu faria? Será que as lendas eram verdadeiras? Me dizem de casos de pessoas que ficam 5 horas na fila desse evento, ou perdem o dia inteiro, desistem e não conseguem entrar... não queria isso pra mim. Bom, organizo os pensamentos. Vou comprar uma cartolina para servir de placa e xerocar meu zine. Se não puder entrar, pelo menos conhecido eu serei. Nisso, na loja de xerox.. um rapaz havia desistido! Estava vendendo ingresso antecipado!! Que sorte!
Agora, sigo para o final da fila. Com um cartaz indicando que procuro meus amigos do RPG. Nossa.. que fila enorme...